mais de 50 mil assassinatos por ano, o que representa 30% de todos os homicídios da América Latina e do Caribe. Mais
da metade das vítimas são jovens e 80% são negros, alertou o
coordenador de Segurança Pública para a América Latina e o Caribe do Banco Mundial, Rodrigo Serrano-Berthet.
Juntos com o Brasil, Venezuela e Colômbia, na América do Sul; El
Salvador, Guatemala e México, na América Central; e Belize e Jamaica, no
Caribe, são os países com as maiores taxas de homicídio da região.
Porém, outros países, como Peru, Argentina, Uruguai e Bolívia sofrem com
outros crimes, como roubos e furtos. “Por isso, [a segurança] é a
principal preocupação dos latino-americanos”, afirmou Serrano-Berthet.
O especialista do Banco Mundial ressaltou que, ao contrário de
índices como a inflação, o desemprego e a pobreza, as taxas de violência
não diminuíram ao longo das últimas décadas. A região concentra apenas
9% da população mundial, mas sofre mais de 30% dos homicídios. Sete dos
dez países com as maiores taxas globais de homicídio estão na América
Latina e no Caribe, sendo que 42 das 50 cidades com os maiores índices
de assassinatos estão na América Latina, incluindo as primeiras 16.
Serrano-Berthet destaca São Paulo, Recife, Medellín e Bogotá como
cidades que efetuaram políticas públicas que reduziram drasticamente as
taxas de violência.
Segundo
ele, para melhorar a segurança, os policiais devem orientar ações de
prevenção e controle, as leis devem restringir o uso de armas e álcool e
o país deve ter iniciativas que forneçam oportunidades de trabalho e
estudo para os jovens das áreas de risco, mobilizando as comunidades
mais atingidas pela violência.
“Em relação a programas, as intervenções em idade precoce – ajudando
as famílias para que as crianças cresçam em ambientes sociais
protetores, onde se promovam comportamento pró-social e de integração
com a comunidade e onde não seja permitida a violência no lar – têm
mostrado efeitos muito benéficos em longo prazo, tanto em populações de
outros países fora da região como em nações na América Latina e no
Caribe”, ressaltou.
Apesar de contextos sociais diferentes, as estratégias de outros
países podem também ser aplicadas nessa região. Os Estados Unidos, por
exemplo, que lutam com o problema da segurança há mais de 30 anos, têm
programas de visitas domiciliares a mães em situação de risco. Essa
iniciativa reduziu em 82% o número de mães de baixa renda presas e em
72% as detenções de jovens entre 13 e 16 anos.
Outro modelo a ser seguido é o da cidade norte-americana de Chicago,
que, através de atividades esportivas, conseguiu reduzir em 40% a taxa
de criminalidade entre jovens em apenas um ano e melhorou o desempenho
escolar juvenil.
Serrano-Berthet há três recomendações que orientam a ação do Banco
Mundial na área de segurança pública na região: reconhecer que não
existe uma varinha mágica para resolver o problema; concentrar-se nas
regiões e grupos populacionais de maior risco, em particular os jovens; e
reforçar as capacidades dos governos municipais, que são os mais
afetados pela violência, para construir parcerias locais.
Nesse sentido, a agência da ONU apoia iniciativas como o “Pacto pela Vida”, que está reduzindo a violência em Pernambuco.
http://www.onu.org.br/brasil-registra-mais-de-50-mil-homicidios-por-ano-alerta-especialista-do-banco-mundial/
O Brasil registra
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