A violência voltou a assustar o Rio de Janeiro ontem pela manhã.
Dois homens foram mortos na zona norte. As vítimas teriam atacado agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) que foram logo de manhã à Favela do Jacaré, um dos redutos do Comando Vermelho.
O Comando Vermelho é suspeito ceder criminosos para o confronto ocorrido no sábado, 17. Houve intenso tiroteio. A polícia apreendeu duas pistolas que estavam com os dois homens mortos e 250 quilos de maconha foram encontrados com um terceiro homem.
A ação policial do Bope fez incursões nos morros dos Macacos, São João, Matriz e Sampaio em busca de traficantes que teriam participado da invasão. A operação contou com homens do Choque, Batalhão Florestal e das unidades da zona norte.
Os policiais também checavam denúncias de que havia três corpos no alto do São João, entretanto até o início da noite apenas dois foram encontrados, segundo a PM. Uma mochila, munição, 24 carregadores de fuzil 556, nove carregadores de pistola 9mm e uma granada foram encontrados em uma mata.
A polícia calcula que pelo menos 16 pessoas já morreram desde o início do conflito no sábado, 17. Duas vítimas eram policiais. As dez pessoas mortas no sábado e declaradas pela polícia com sendo traficantes podem envolver nomes de inocentes. Segundo informações veiculadas na imprensa ontem, 18, três jovens não seriam bandidos.
O cemitério do Catumbi, na zona norte, recebeu centenas de pessoas participaram do enterro dos jovens na zona norte da cidade. Revoltados, parentes disseram que os três eram primos e voltavam de uma festa por volta das 2h em um Peugeot, recém-comprado por um deles. Eles foram surpreendidos pelo grupo de invasores na Rua Senador Nabuco, que metralhou o carro.
Os rapazes são Marcelo Gomes, de 26 anos, Leonardo Paulino, de 27, e Francisco da Silva, de 22. Segundo informações de parentes todos trabalhavam e não tinham antecedentes criminais.
O irmão de Francisco, Alailton da Silva, de 22, sobreviveu, mas está internado em estado grave. A família de outro morto, Alcinei Justino, de 23 anos, também negou que ele fosse do tráfico.
A Polícia Civil informou que investiga os casos.
Conflito armado - O secretário José Mariano Beltrame disse ontem que "os criminosos entraram no morro de forma dissimulada, aos poucos, sem despertar atenção para a movimentação. Entraram um ou dois por vez, provavelmente a pé".
Beltrame acompanhou as operações do 6º Batalhão (Tijuca) ao lado do comandante da PM, Mário Sérgio Duarte. Beltrame disse que o helicóptero da PM, o primeiro a ser abatido por traficantes no Rio, provavelmente foi alvo de armas longas, como fuzis de calibre 762 e 556 ou metralhadores ponto 30, consideradas antiaéreas.
Sobreviventes - Dos quatro tripulantes do helicóptero que sobreviveram, dois tiveram alta, entre eles o piloto, capitão Marcelo Vaz, que foi chamado de herói pelo comandante da PM, Mário Sérgio Duarte. Ele esteve no enterro dos colegas, mas não quis dar entrevistas. Um dos internados está em estado grave.
Fonte: AE - com informações de Alexandre Rodrigues
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