Em meio a preocupantes estatísticas de violência, crianças e adolescentes da periferia do Recife fazem opção pelo estudo e superam adversidades.
Silvia Bessa // silviabessa.pe@diariosassociados.com.br
O destino cambaleava, espremido pelas paredes sem reboco e ruelas sombrias, nas vilas e comunidades pobres mais violentas do Recife. O caminho de pretos, pobres ou favelados é ser marginal ou ficar preso à exclusão social - uma voz cochichava no pé do ouvido de Delrípedes, Priscila, Max, Roseli, Tácio, Bia, Pedro, Gleison e Carla.
Os garotos ignoraram a frase do senso comum.
Levantaram a cabeça e desviaram da personificação do futuro determinado e ameaçador. Driblaram e ainda driblam o fogo cruzado, andam perto da morte, convivem próximos ao mundo do tráfico e da prostituição. Seguem em frente como vencedores. Se destacam pela coragem extraordinária na batalha contra o inimigo e pela ousadia em alçar voos, passando por cima das previsões mais pessimistas. São incomparáveis exemplos de superação para estudantes de escolas públicas e particulares do Brasil. Para crianças e adolescentes ricos, de classe média ou pobres.
Ao usar a violência urbana como pano de fundo, evita estigmatizar comunidades mas inova vinculando dois temas essenciais para o desenvolvimento juvenil - educação e segurança pública.
Durante 20 dias a equipe visitou as áreas mais violentas da cidade para revelar os meninos-heróis do Recife. Foram utilizadas estatísticas da violência urbana por bairro como ponto de partida. Fomos ao Coque, Ilha Joana Bezerra, Vila dos Milagres, Ibura, Bode, entre outras comunidades de sete bairros diferentes.
Os professores participaram do processo de seleção das crianças e jovens desta série. São meninos que podem exibir seus nomes por inteiro nos jornais, mostrar o rosto e contar como é trilhar o caminho do bem. A seguir, o resultado desse trabalho com o cuidado da apuração jornalística, entrevistas com mestres e especialistas em educação, relatos de aventuras e dramas em capítulos para serem repetidos na beira da calçada, na sala de estar ou na sala de aula.
Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/
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