Policiamento com cães é fundamental em operações de segurança



Alessandra Serrão/Ag. Pará
Eles têm um olfato pelo menos 50 vezes mais potente que o do homem e são capazes de encontrar coisas que os olhos humanos não podem enxergar.  

Assim são os cães que fazem parte da Companhia Independente de Policiamento com Cães da Polícia Militar do Pará, subordinada ao Comando de Missões Especiais (CME). Atualmente a corporação tem 34 animais, das raças pastor alemão, rottweiler, labrador e cocker spaniel.
Os cães são usados em diferentes situações, dependendo da raça. “O pastor alemão, por exemplo, atua nas atividades educacionais, no policiamento em casas penais, em situações de reintegração de posse e em casos de distúrbio civil. Já o labrador e o cocker são usados na procura de entorpecentes”, detalha o capitão Marcelo Biloia, subcomandante da companhia, ressaltando que o faro dos animais são muito apurados.
“Enquanto um ser humano tem cinco milhões de células olfativas, o cão tem 250 milhões dessas células”, enfatiza. Esses cachorros são capazes de detectar uma gotícula de sangue em cinco litros de água. A eficácia do sentido olfativo canino é de quase 100%. Prova disso é que, durante a última operação Eirene, coordenada pelos órgãos de segurança pública do Estado, o cão Tobe, da raça cocker spainel, encontrou mais de 70 petecas de cocaína durante um dia de ação.
Para apurar ainda mais os sentidos e obter um bom desempenho durante as operações policiais, os cães da Polícia Militar são adestrados por policiais que passam por cursos específicos de adestramento. Cada cachorro é treinado por um único adestrador, durante toda a vida. O treino é diário e dura em média 45 minutos, passando por situações de faro de entorpecentes, assalto com refém, detector de explosivos, busca na mata etc.
Lealdade – A relação entre o cachorro e o PM pode ser definida como intensa, leal e especial para ambas as partes. “É uma relação de amizade, carinho, troca de experiências e um sentimento inexplicável. Quando a gente está estressado ou preocupado, o cão faz você sorrir”, conta o cabo Humberto Guimarães, que é adestrador de um dos animais mais antigos da corporação, o pastor alemão Paco.
Há sete anos na corporação, Paco participou de diversas situações e foi fundamental para o sucesso de inúmeras operações, mas acabou contraindo uma doença transmitida por carrapatos e perdeu 100% da visão. “Fiquei muito mal ao saber disso, com a sensação de que havia perdido meu melhor companheiro. Felizmente tudo foi superado e hoje o Paco continua na ativa, respondendo aos meus comandos, apenas pelo que ele ouve e sente”, relata o PM.
Paco está prestes a se aposentar, já que vai completar o tempo máximo de atuação no canil, que é de oito anos. Ao invés de ficar triste, o cabo Humberto tem motivos para sorrir. “Vou ficar com o Paco e levá-lo para minha casa, onde ele vai ser recebido como um novo membro da família”, revela. Esta é a regra da Companhia de Policiamento com Cães. Todos os cachorros, ao se aposentarem, são doados ao seu fiel adestrador.
Bruna Campos – Secom

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