Eles têm um olfato pelo menos 50 vezes mais potente que o do homem e
são capazes de encontrar coisas que os olhos humanos não podem
enxergar.
Assim são os cães que fazem parte da Companhia Independente de
Policiamento com Cães da Polícia Militar do Pará, subordinada ao
Comando de Missões Especiais (CME). Atualmente a corporação tem 34
animais, das raças pastor alemão, rottweiler, labrador e cocker spaniel.
Os cães são usados em diferentes situações, dependendo da raça. “O
pastor alemão, por exemplo, atua nas atividades educacionais, no
policiamento em casas penais, em situações de reintegração de posse e em
casos de distúrbio civil. Já o labrador e o cocker são usados na
procura de entorpecentes”, detalha o capitão Marcelo Biloia,
subcomandante da companhia, ressaltando que o faro dos animais são muito
apurados.
“Enquanto um ser humano tem cinco
milhões de células olfativas, o cão tem 250 milhões dessas células”,
enfatiza. Esses cachorros são capazes de detectar uma gotícula de sangue
em cinco litros de água. A eficácia do sentido olfativo canino é de
quase 100%. Prova disso é que, durante a última operação Eirene,
coordenada pelos órgãos de segurança pública do Estado, o cão Tobe, da
raça cocker spainel, encontrou mais de 70 petecas de cocaína durante um
dia de ação.
Para apurar ainda mais os sentidos e
obter um bom desempenho durante as operações policiais, os cães da
Polícia Militar são adestrados por policiais que passam por cursos
específicos de adestramento. Cada cachorro é treinado por um único
adestrador, durante toda a vida. O treino é diário e dura em média 45
minutos, passando por situações de faro de entorpecentes, assalto com
refém, detector de explosivos, busca na mata etc.
Lealdade –
A relação entre o cachorro e o PM pode ser definida como intensa, leal e
especial para ambas as partes. “É uma relação de amizade, carinho,
troca de experiências e um sentimento inexplicável. Quando a gente está
estressado ou preocupado, o cão faz você sorrir”, conta o cabo Humberto
Guimarães, que é adestrador de um dos animais mais antigos da
corporação, o pastor alemão Paco.
Há sete anos na
corporação, Paco participou de diversas situações e foi fundamental para
o sucesso de inúmeras operações, mas acabou contraindo uma doença
transmitida por carrapatos e perdeu 100% da visão. “Fiquei muito mal ao
saber disso, com a sensação de que havia perdido meu melhor companheiro.
Felizmente tudo foi superado e hoje o Paco continua na ativa,
respondendo aos meus comandos, apenas pelo que ele ouve e sente”, relata
o PM.
Paco está prestes a se aposentar, já que vai
completar o tempo máximo de atuação no canil, que é de oito anos. Ao
invés de ficar triste, o cabo Humberto tem motivos para sorrir. “Vou
ficar com o Paco e levá-lo para minha casa, onde ele vai ser recebido
como um novo membro da família”, revela. Esta é a regra da Companhia de
Policiamento com Cães. Todos os cachorros, ao se aposentarem, são doados
ao seu fiel adestrador.
Bruna Campos – Secom
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