Dulce Rosa Rocque
O
automóvel, símbolo, para alguns, do desenvolvimento econômico, se coloca hoje
como uma das maiores fontes de danos e
de dificuldades para uma convivência salutar e, digamos inclusive, civil, nas
nossas cidades.
O
aumento dos veículos em circulação levou a aumentar problemas já existentes
como a falta de garagens e estacionamentos em Belém. O uso e abuso do leito da
estrada (pista) e das calçadas para
paradas de carros também gera problemas,
dificultando mais ainda o transito pela cidade e isso não somente nos horários
em que pais mal educados vão levar ou buscar seus filhos na escola.
Nas
áreas tombadas de Belém a situação é
mais penosa ainda pois a defesa do nosso
patrimônio histórico-cultural já começa a ser completamente ignorada, desde o
momento da autorização de atividades, qualquer que essa seja, no Centro
Histórico. Depois, nessa área, próprio por ser tombada, as dificuldades são maiores a causa da
impossibilidade, na maior parte dos casos, de construir garagens.
Esse
aumento do transito leva portanto, e também, a algo
mais grave pois mete em risco as condições de saúde dos cidadãos a causa
do aumento da poluição atmosférica e acústica. Isso, sem falar no stress
provocado por longos tempos perdidos para se deslocar, com um veiculo, de casa
a qualquer outro lugar.
Estamos,
praticamente, numa verdadeira situação
de emergência. A dimensão e a gravidade que o fenômeno da circulação nas
estradas assumiu a causa do aumento dos veículos em circulação é agravado por
trabalhos em curso em estradas que levam para além dos confins d Belém,
piorando mais ainda a situação do transito e das pessoas.
Essa série de
elementos deveria servir para chamar a atenção de quem governa para evitar de
comprometer mais ainda e de modo sério e talvez até irreparável, o
desenvolvimento e o bem estar, não
somente físico dos cidadãos. De fato, a paralise da
circulação aumenta os tempos, seja das
comunicações que do transporte, o que
influi diretamente e negativamente na produção e nos serviços, prejudicando o
desenvolvimento de negócios, das relações comerciais e aumentando enormemente o
tempo dos trabalhadores para chegar ao local do trabalho ou em casa. Quem paga
isso? Em muitos casos, a nossa saúde.
Para iniciar a cuidar desses problemas, um passo a
frente já seria re-desenhar as áreas urbanas mais intensamente habitadas através de
uma programação racional e orgânica de estacionamentos que levasse em consideração
as exigências ambientais diurnas e noturnas. Estacionamentos, esses, públicos e
particulares. Criar um sistema de
transporte a partir desses estacionamentos, cômodo, que facilitasse a chegada daqueles
que estacionaram seu veiculo a outras
áreas.
O objetivo seria aquele de começar a realizar um programa
de tutela dos valores constitucionais primários da saúde e daquele, sempre constitucional,
da economia nacional, programa esse feito para enfrentar uma situação excepcional
com meios extraordinários.
Indiretamente, poderíamos estar falando de educação, também.
De participação de todos na resolução de um problema, renunciando as “facilidades
fictícias” que hoje o uso do carro provoca.
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