Eu entrego meu comando
Existem realmente algumas passagens vivenciadas na caserna, que se não fossem trágicas seriam hilárias, pois, desnuda a imponência, a arrogância, a prepotência de atores executores.
No primeiro momento os atributos exercitados pelo agente
provocam repugnância em quem assiste, e, principalmente naqueles atingidos pela
empáfia entoada em eloqüência pelo autor; depois,quando realmente se percebe a
fragilidade de quem disse,e, os reais efeitos do que foi dito percebe-se então,
que hilárias foram.
Determinado
dia,
um CMT GERAL, por sinal, arrogante, mas sem conhecimento de causa
resolveu
reunir seus coronéis, entre eles eu, que a época era o CH EMG, e, em
alto e bom
tom disse "A comissão de Promoções de Oficiais é soberana, e, o que por
ela for
decidido será cumprido’’. Percebendo já rumores nos bastidores perguntei-lhe’’E se não a respeitarem’’. Respondeu-me empavonado "Eu entrego meu comando’’.
Fora os burburinhos, e, os sorrisos internos entre dentes, todos se retiraram confiante no dito pelo comandante. Sábado seguinte ao fato um coronel procurou-me em casa, dizendo que o CMT desejava falar comigo.
Disse-me ele, que deveria refazer a Ata de Promoções, pois, o governador Almir Gabriel não desejava efetivar aquelas promoções, tendo em vista alguns oficiais serem adeptos de Jader Barbalho, e, que seu procurador jurídico lhe deu o entendimento de que quem pode mais, pode menos, ou seja, quem promove a coronel, deve promover também a tenente coronel. Mostrei ao comandante, que a lei não dizia isso, que ele deveria argumentar ao governador, retrucou dizendo ser ordem.
Disse-lhe que não a cumpriria, e, que daria conhecimento das decisões da CPO aos oficiais que seriam prejudicados pelo entendimento equivocado do governador; alias entendimento político.
Fizeram como quiseram, e, os prejudicado nem mesmo coragem tiveram de buscar seus direitos na justiça.
O hilário desta historia foi quando perguntei ao CMT GERAL, ’’E agora entregue o seu comando’’, ele pigarreou, e, entre dentes disse ‘’Eu não entrego nada; porque tu não entregas a tua chefia de estado maior’’, de bate pronto lhe respondi, ’’Não entrego, porque não prometi na frente de meus oficiais coronéis, mas, quem me nomeou foi o senhor exonere-me então’’. O cagão me engoliu o resto de seu comando sem coragem para me exonerar.
Hoje fico a imaginar o peso de carregar a querência extremada por uma cadeira, onde os valores maiores do ser humano, mesmo exposto explicitamente têm de ser anulado, e os fracos de caráter conseguem fazê-lo somente para continuarem comandante.
Então, somente me percorre o riso, pois, hoje considero hilária a condição imposta ao bobo da corte que, se julgava comandante geral. Mais hilário ainda é saber que, alguns seguidores adoradores de cadeiras, mesmo que, bobos da corte sejam fazem carreira seguindo o velho guia. Pode ate ser humor negro, mas, hilário não deixa de ser,principalmente depois do decorrer do tempo. Quem souber conte outro,mas,que seja caso, não causo.
WALMARI PRATA CARVALHO
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