HILÁRIAS PASSAGENS DA CASERNA III.


Na época em que fui incluído como oficial R2 na Policia Militar, como pré requisito para a permanência era exigido um estagio probatório de seis meses. Neste período percorríamos varias unidades operacionais, e, inúmeros setores burocráticos, e, ao final o desempenho era avaliado. Todos os submetidos a este experimental período esmeravam-se ao maximo,pois,tínhamos noção de que realmente eliminava os que não apresentassem a produção necessária para a permanência.Neste mesmo estagio um oficial foi desligado no meio do mesmo,confirmando o que já ocorrera no passado.Imaginem então o estado de espírito de todos os demais que ali continuavam,quando víamos um velho coronel a quilômetros já começávamos a nos perfilarmos.
Prosseguindo o estagio chegamos ao período da Cavalaria. O comandante do esquadrão era o então capitão Castro, neste ínterim, ainda não sabia nada de sua pessoa, apenas tínhamos observado como se comportava no manuseio com o cavalo, diga-se de passagem, ainda não encontrei no meio um oficial ou praça com suas qualificações no manuseio eqüino, um verdadeiro malabarista, tudo que possamos imaginar ele fazia com o cavalo.
Inicialmente nos proferiu uma palestra sobre equitação, e, a qualidade necessária a um cavaleiro ao final disse, ’’Agora formem fila, e, entrem na enfermaria do esquadrão para tomarem uma vacina; ela servira para dar coragem e criar anticorpos ao contato com animal, e, o meio’’. Preocupados fomos entrando um a um na enfermaria,quando saiam vinham com um disfarçado sorriso no rosto,mas, não diziam nada do que ocorria lá dentro. Quando adentrei, o capitão foi logo me dizendo, aqui é lugar de macho engole logo essa caipirinha, e, vai ao picadeiro; ato continuado um velho sargento enfermeiro me estica um copo com cachaça, eu retruco dizendo ‘’Mas não era caipirinha’’, eu nunca tomei cachaça pura, e, o capitão me diz era não, ainda é trata de engolir a cachaça, chupa este limão, e, no picadeiro o chacoalhar da tua bunda na sela vai transformar tudo em caipirinha, e, caiu na risada com o velho enfermeiro. Depois de ter engolido a vacina a contra gosto acabei embalado pelo riso, e, tomei o rumo do picadeiro, onde pude perceber que, o chacoalhar realmente me transformara numa coqueteleira viva, pois, comecei a sentir o calor do efeito da mistura, e, mais entusiasta fiquei na sela do cavalo cavalgando com mais desenvoltura, e, gargalhando internamento da surpresa da ‘’vacina’’.
 Depois passei a conhecer melhor o capitão, e, justamente com o mesmo tenho outro caso, que contarei mais adiante. Aguardem o caso do cavalo empacado, ate lá, quem souber que conte outro, desde que seja caso, não causo.
 
Belém, 13 de fevereiro de 2013.

WALMARI PRATA CARVALHO

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