Kaká Monteiro e Mário Monteiro (este campeão com a Estácio de Sá em
1992) dividem o trabalho com o carnavalesco Cahê Rodrigues. A escola é a
penúltima a desfilar na noite de segunda-feira (11).
A escola buscou um enredo tradicional sobre o Pará, que rendeu um bom
samba. Nas alegorias, ícones do Estado terão lugar, como o Teatro da
Paz. Mário Monteiro afirma que apesar de ser um tema tradicional a
apresentação "reserva algumas surpresas".
O Carnaval mudou muito desde as inovações criadas por Paulo Barros,
carnavalesco e atual campeão pela Unidos da Tijuca. "Não se trata de
copiar, mas buscar mais ousadia e se adequar a uma nova linguagem", diz
Monteiro.
Para o carnavalesco da Imperatriz, o Carnaval virou "uma mistura de
circo e apresentação teatral", elementos que estarão no desfile da
escola de Ramos (zona norte).
No carro do Teatro da Paz, Monteiro revelou a surpresa à Folha:
de dentro da alegoria "brotará" uma floresta. "Vamos mostrar a causa e o
efeito no mesmo carro, já que o teatro foi construído na época áurea da
exploração da borracha."
Em outra alegoria, o ritmo "tecnobrega" do Pará, cuja figura de maior
expressão é a cantora Gaby Amarantos, será retratado num grande telão,
que vai exibir um vídeo produzido especialmente para a escola.
Não podia faltar também a representação de uma grande procissão do Círio
de Nazaré _o arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, esteve no barracão
abençoando as imagens alusivas à festa de Nossa Senhora de Nazaré.
Tida sempre como "fria" em suas apresentações, a escola investiu em sua
comunidade e mostrou mais garra no ensaio técnico deste ano, com os
integrantes cantando forte e com empolgação o samba.
Cenógrafo veterano e há 44 anos na TV Globo (os últimos 30 como diretor
de arte), Monteiro diz que Paulo Barros imprimiu um novo estilo ao
Carnaval, assim como Joãzinho fez no final dos anos 70 com a criação de
alegorias grandiosas e com pessoas sobre os carros.
"Fiz meu primeiro Carnaval na Mocidade em 1967. Eram só três pequenas
alegorias, feitas numa loja em Ipanema com menos de 600 metros
quadrados. Quando retornei, em 1988 no Salgueiro, já era o estilo do
Joãzinho Trinta. Não havia número máximo de carros. Usei 36 alegorias no
desfile. O mesmo em 1992, quando fui campeão na Estácio [junto com
Chico Spinosa]. Retornei à quatro anos na Viradouro e já era outro
Carnaval complemente diferente."
FICHA TÉCNICA DA ESCOLA
Carnavalesco - Cahê Rodrigues, Mário e Kaká Monteiro.
Intérprete - Dominguinhos do Estácio e Wander Pires
Mestre de bateria - Noca
Rainha de bateria - Cris Viana
Mestre-sala - Phelipe Lemos
Porta-bandeira - Rafaela Teodoro
Comissão de frente - Alex Neoral
(FOLHA DE SÃO PAULO)
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