Círio vai render quase R$ 900 milhões ao Estado


Círio vai render quase R$ 900 milhões ao Estado (Foto: Thiago Araújo/Arquivo)
(Foto: Thiago Araújo/Arquivo)
 
Serão cerca de R$ 895 milhões injetados na economia do Estado a partir de um investimento de 2,85 milhões. Este é o valor a ser aplicado no Círio 2013, cerca de R$ 202 mil a mais que no último ano, um percentual 7,62% superior. Os números foram apresentados pela Diretoria da Festa de Nazaré em parceria com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/PA), ontem pela manhã, em coletiva de imprensa. 
 
A reunião aconteceu no Auditório Dom Zico do Centro Social de Nazaré, no Complexo do CAN (Centro Arquitetônico de Nazaré). Seguindo a tendência natural, este ano o Círio será novamente o mais caro da história. 
 
Os quatro principais setores a serem beneficiados com a maior festa religiosa do mundo serão: agropecuária, indústria, comércio e serviços, área em que se inclui o turismo. Mesmo com o aumento das principais despesas, entre elas o transporte, a hospedagem e alimentação, a expectativa é que o Pará receba aproximadamente 78 mil visitantes. A estimativa é 2,5% superior ao número de turistas do ano passado. Apenas o turismo, deve injetar cerca de R$ 66 milhões na economia.
 
Segundo Roberto Sena, diretor técnico do Dieese/PA, o Círio deste ano irá acontecer em um cenário econômico desfavorável a nível nacional. Os motivos são o baixo crescimento devido, principalmente, aos reflexos da crise econômica internacional. As consequências imediatas no país foram o aumento das taxas de juros e da inflação. 
 
“Mesmo com essa conjuntura, nós conseguimos equilibrar os custos e fazer uma projeção positiva. Os custos com as despesas de Evangelização são os maiores, mas também são os que dão um resultado imediato e nós já estamos sentido isso. Qualquer recurso gasto para aproximar as pessoas da igreja é válido”, explica.
 
As despesas com imagens, livros de peregrinação, viagem de pregadores e com o Círio Musical, que este ano completa dez anos, somam R$ 484 mil. O valor é 22,35% maior que o de 2012, quando foram investidos R$ 396 mil com Evangelização. De acordo com Kleber Vieira, diretor-coordenador da Festa de Nazaré, o aumento no orçamento veio para suprir uma demanda natural. 
 
Convite ao Papa
 
“Com a chegada e o carisma do Papa Francisco, a gente percebe o crescimento da participação dos fiéis no processo de evangelização. Existe a possibilidade do papa assistir o Círio em 2018, ano em que voltará ao Brasil, para visitar Aparecida. “Temos um grande entusista, que é o núncio apóstolico no Brasil, dom Giovanni D’Aniello, que falou ao dom Alberto [Taveira], que ele vai trabalhar para que o papa Francisco venha em 2018”, disse Kléber Vieira.
 
“Em anos anteriores, imprimíamos 90 mil unidades dos livros e, um pouco antes do Círio, mandávamos para o interior porque quase sempre sobrava. Este ano, trinta dias antes do Círio, precisamos imprimir mais 10 mil unidades e nem sabemos se isso será suficiente”, acrescentou.
 
Paralela à divulgação dos números do Círio 2013, a Diretoria da Festa de Nazaré aproveitou a oportunidade para anunciar o lançamento da campanha “Não Corte da Corda”. O objetivo é garantir a tranquilidade e a segurança de quem participa da romaria usando a conscientização para evitar o corte antecipado de um dos principais símbolos do Círio. 
 
A orientação principal é não levar facas, tesouras ou qualquer objeto afiado para a procissão. Como ano passado, a própria Guarda de Nazaré deve romper e distribuir a corda, após a benção de Dom Alberto Taveira em frente ao Colégio Santa Catarina. A coordenação espera evitar acidentes e garantir a fluidez da procissão, prejudicada quando a corda atrelada à estação principal é rompida. 
 
Kleber Vieira explica que a corda dividida em quatro estações, com uma ‘cabeça’ atrelada à Berlinda, veio de um desejo antigo dos próprios fiéis. “Havia esse anseio de se resgatar a tradição da corda chegar à Basílica junto com a imagem de Nossa Senhora. Quando o promesseiro rompe a corda, ele coloca em risco a segurança dele e de todos os romeiros esgotados que vem atrás. Ele cumpre a promessa dele pela metade, porque a corda não chega com a Berlinda e ele não completa o percurso. Nós esperamos a compreensão e o apoio de todos”, completa o diretor-coordenador.
 
(Diário do Pará)

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