ONU implantará projeto de mediação de conflitos no Rio

Projetos de mediação local de conflitos serão implantados em comunidades carentes brasileiras por meio do Programa Cidades Mais Seguras, da Organização das Nações Unidas (ONU), em parceria com o Ministério da Justiça. Os projetos serão desenvolvidos em três cidades brasileiras, entre elas Rio de Janeiro e São Paulo, sendo uma comunidade de cada cidade, e uma delas será na região Nordeste.

A informação foi divulgada pela própria ONU durante entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira, 26, no Rio de Janeiro sobre alternativas de combate à violência na América Latina, em meio a reuniões entre representantes da prefeitura, do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e das Nações Unidas.

O novo coordenador do Programa Cidades Mais Seguras, do Programa das Nações Unidas para Assentamentos (ONU-Habitat), Elkin Velásquez, informou que as comunidades de cada cidade ainda não foram definidas, pois o projeto ainda está em fase inicial de planejamento.

A ONU trabalha com a idéia de que os conflitos sejam resolvidos pela própria comunidade, de forma pacífica, antes que alguns casos sejam levados à justiça. "As instituições de justiça, em diferentes países, promovem a mediação comunitária, a mediação por parte de terceiros atores, como forma de diminuir a impunidade e de evitar a escalada e a piora da situação. Acreditamos que é uma excelente ferramenta para construir condições de convivência em nossas cidades", disse Velásquez.

Elkin elogiou o projeto de policiamento comunitário nas favelas do Rio de Janeiro, mas acrescentou que é preciso fazer uma avaliação constante do seu processo de implantação em outras favelas.

Velásquez está no Rio e visitou, no final de semana, o projeto do Morro da Babilônia, na zona sul da cidade, uma das cinco favelas cariocas que contam com o novo tipo de policiamento e avaliou que é preciso levá-lo a outras comunidades do estado.

Velásquez não comentou as políticas de enfrentamento adotadas pelo governo do Rio de Janeiro, justificando-se que não conhece a fundo, o que acontece no Estado. Entretanto, observou que toda política de coerção policial precisa ser feita de acordo com princípios de direitos humanos e que as polícias devem sempre reduzir, ao máximo, as mortes em confrontos.

O representante da ONU explicou que sua visita ao Rio é apenas para se apresentar para os dirigentes dos órgãos e não para definir metas. Segundo Elkin isso será feito em breve, em reuniões ainda sem data para acontecer.

Velásquez disse que a estadia no Rio é para "articular o Rio de Janeiro no programa da ONU e ajudar a alinhar os processos de pacificação até 2016. Vamos fazer trabalhos de prevenção de delinqüência e criminalidade, principalmente relacionado a favelas", explicou.

As Unidades de Polícia Pacificadora nas favelas do Rio deixaram boa impressão ao enviado da ONU. "Gostei muito do sistema das UPPs que está tendo um bom início. Quando temos um piloto dando certo, tem que ser multiplicado para ser valorizado", disse.

EXPERIENTE - Elkin Velásquez, foi pesquisador da Universidade Externado da Colômbia e do Centro de Dinâmicas Sociais. Trabalhou como assessor do prefeito de Bogotá no tema da segurança urbana e atuou em consultorias para a Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, Equador, França, Nicarágua, Peru e Venezuela.

Fonte: Agência Brasil - Jornal O Dia (on line)

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