Coronel Nazareno Marcineiro assume o comando da PM de Santa Catarina

Mil novos policiais ainda em 2011. Trazer de volta ao policiamento os militares que atuam em outros órgãos do serviço público. Implantar novas bases de polícia comunitária. As promessas são do novo comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina, coronel Nazareno Marcineiro, 51 anos.


Natural de Criciúma, o oficial assumiu o cargo na manhã desta segunda-feira, em Florianópolis. Substitui o coronel Luis Maciel, que foi para a reserva.

Nazareno é conhecido na PM como intelectual e estudioso. Tem livros publicados sobre polícia comunitária, sua principal especialidade e atividade que desenvolve há 15 anos. Atualmente é doutorando em Engenharia de Produção e Sistemas.

Em entrevista ao Diário Catarinense, já como comandante-geral, o coronel falou abertamente sobre alguns dos principais problemas da PM: a falta de efetivo nas ruas, o deslocamento de PMs para outras funções em órgãos públicos e a "divisão" de oficiais e praças em torno da carreira de policial militar.

Ainda ontem, tomaram posse o subcomandante-geral da PM, coronel Valdemir Cabral, e o chefe do Estado Maior da PM, coronel Valter Cimolin. No ato, o governador Raimundo Colombo disse que escolheu nomes técnicos para comandar a segurança e que não aceitará interferências político-partidária na área.

Leia a entrevista:

Diário Catarinense: A falta de policiais está evidente na ruas. Em Florianópolis é difícil encontrar PMs nas ruas. O que fazer para melhorar essa situação?
Nazareno Marcineiro: O problema de falta de policiais não é um "privilégio" de Florianópolis. Em todo o Estado temos defasagem bastante marcante. O nosso governador já acenou com a possibilidade de fazermos uma antecipação de inclusão daquele pessoal que foi recrutado para os quatro anos. É um processo. Não é algo que se faz da noite para o dia.

DC: Neste ano quantos policiais virão?
Nazareno: Este ano nós vamos incorporar pelo menos mil policiais. Não é suficiente. Há sim a necessidade de mais.

DC: E esses PMs que estão em repartições públicas (fora do policiamento). Há uma queixa da sociedade com relação a essa situação...
Nazareno (interrompe a fala): E uma insatisfação minha com relação ao excesso de pessoas (PMs) que estejam em outros órgãos públicos que não a PM.

DC: O senhor pretende rever essa situação?
Nazareno: Sim. Estaremos trabalhando esse item. Eu espero e conto com apoio dos dirigentes de outros órgãos para que não se crie uma crise institucional e que esses policiais voltem para a caserna para que possamos colocá-los a serviço da sociedade na linha de frente da sociedade. Pretendo fazer isso de maneira bastante politizada.

DC: O senhor é da área de polícia comunitária. No Rio de Janeiro estão aumentando as unidades pacificadoras. Em Florianópolis há postos abandonados. Será meta construir novas áreas comunitárias?
Nazareno: Tive a felicidade de contribuir com o treinamento dos policiais no Rio de Janeiro nos últimos 10 anos. Da mesma forma tenho trabalhado aqui. O RJ possui características distintas daqui. Mas aqui haveremos de trabalhar na mesma direção: dando proximidade do policial ao cidadão onde ele precisa ter.

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