Estava eu como expectadora da famosa festa de carnaval do Recife, o Galo da Madrugada, quando repentinamente, no meio da multidão que dançava o frevo freneticamente pelas ruas do Recife antigo, três homens e duas mulheres, cansados da liberdade e da alegria, decidiram espancarem-se mutuamente.
Os brigões, no entanto, não conseguiram causar nenhum estrago à alegria geral porque, em questão de segundos, cerca de 15 policiais militares os alcançaram, dominaram, algemaram e levaram para uma delegacia móvel que foi armada em um largo ao lado do corredor da folia, próximo ao "Palácio do Galo", por onde passam as dezenas de trios elétricos que compõem a tradicional manifestação popular de carnaval. Até aí, tudo normal.
A Polícia do Pará também age rapidamente para evitar lutas corporais nas festas de rua. Minha surpresa foi ver toda a multidao aplaudindo a polícia que conduzia os brigões para o xadrez.
Eu estava tão interessada em observar a festa, as fantasias inusitadas e o comportamento das pessoas que nao aplaudi, mas é claro que aderi silenciosamente ao coro daqueles que - ao aplaudirem o correto uso da força pela Polícia, em prol da segurança da coletividade - estavam condenando a ação de quem não sabe se comportar em festas populares e inicia brigas que podem ter desfechos muito tristes até para pessoas estranhas a fato.
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